Corrida para o Oscar [parte 1]

  • Por Marcel Trindade
  • 26 fev., 2018

Todo ano eu tento. Quase nunca consigo.


Quem me conhece sabe que o cinema é parte bem importante da minha vida. Adoro filmes. Tento assistir o máximo possível. Os filmes são um termômetro de como tá a minha vida. Se eu consigo ver na medida, tá tudo bem. Se eu assisto demais, tem algo errado (tô deixando de fazer coisas que preciso). Se eu assisto de menos, tô gerenciando mal meu tempo. Assistir filmes é uma prioridade pra mim, uma vez que a linguagem me permite inspiração, referências e uma catarse que a vida cotidiana não me dá.

Por vários motivos, nem sempre consigo ir ao cinema assistir os "melhores filmes do ano". Mas faço o que posso e como posso (*cof* *cof*) para ver tudo que dá antes da cerimônia do Oscar. Esse ano decidi fazer essa série de postagens com um pequeno review das minhas impressões de cada filme que assisti.

Get Out (dir: Jordan Peele)

Meu preferido pra esse ano. A estreia do comediante Jordan Peele na direção vem rasgando meu imaginário de uma maneira muito interessante. É um filme pop, pra começo de conversa. Não existe um público específico pra consumir ele, e isso pra mim é um grande trunfo no cinema atual. Além de invocar ecos de filmes de terror psicológico como O Bebê de Rosemary e A Profecia, o filme é competente em explorar aspectos sociais que estão bem em voga nos últimos tempos. Divertido, denso e dinâmico. 

Nota: 10/10

Dunkirk (dir: Christopher Nolan)

Embora esteja no fim da minha lista de filmes do ano passado, é um alívio que Christopher Nolan tenha desistido um pouco de fazer cinemão pra nerdão. Eu gosto muito de Inception e Interestellar, mas não sei se aguentaria mais um filme com aquela pegada. Aqui, por incrível que pareça, eu vejo ele despretensioso ao contar uma história. Ele continua se debruçando em gigantes como Kubrick e Spielberg pra construir a linguagem, mas dessa vez, como homenagem, acho ainda mais honesto. O roteiro é pequeno, o elenco é disperso, poucos momentos são memoráveis, mas isso não torna um filme intragável. Simples, talvez. O que não necessariamente é ruim.

Nota: 6/10

The Shape Of The Water (dir: Guillermo del Toro)

Outro blockbuster com um êxito tremendo em contar uma história que todo mundo pode ouvir. Guillermo del Toro entrega com suavidade uma história de amor monstruosa, acertando em cheio nas escolhas de referências (nas auto-referências mas também em como emula o clima de Amélie Poulain e filmes clássicos de horror). Michael Shannon talvez em seu melhor papel desde Bugs, em minha humilde opinião. É uma grande redenção depois do medíocre Colina Escarlate e acho que merece muito figurar entre os melhores desse ano.

Nota: 9/10

Three Billboards Outside Ebbing Missouri (dir: Martin McDonagh)

Pode parece idiota, mas vi esse filme desavisado achando que era um filme dos irmãos Cohen. Pode ser a presença da fantástica Frances McDormand, pode ser o clima new western de No Country For Old Man, mas definitivamente, acho que esse filme presta homenagem a isso. E esse filme é exatamente isso: um western contemporâneo, gênero que me agrada muito, ainda mais com o elenco foda que esse filme tem. Woody Harrelson tá no auge da maturidade artística, Sam Rockwell é uma força da natureza como de costume, e até o secundários como Peter Dinklage brilham forte nessa história. É um filme pra poucos. O amargo que a história te dá fica na boca durante um tempo. Mas é um boa história contada de forma muito verdadeira.

Nota: 9/10
Por enquanto são esses os filmes que vi até agora. Se curtiu o post, comenta aí. Vamos trocar uma ideia. À medida em que eu for vendo os outros eu vou contando aqui pra vocês. Até lá, um abraço!
Por Marcel Trindade 10 de janeiro de 2018
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